terça-feira, 7 de junho de 2011

Review do Show de André Matos e Shock

O dia 29 de Maio foi um dia marcante para o Rock Paraibano, pois um show aconteceu naquela data que ficará marcado nos anais do Rock na Paraíba, bem como na memória dos que estiveram presente no Clube Cabo Branco.

O público não foi dos melhores para assistir a duas bandas que merecem muito respeito, a Shock – banda pioneira na Paraíba a tocar Heavy Metal – , dando início ao espetáculo, e André Matos, grande vocalista que já passou pelas bandas Viper, Angra e Shaman, que atualmente segue em carreira solo.


Foto: Daniel Azevedo - Imagem interna do Clube Cabo Branco.



Bem, temos que ser sinceros que o Clube Cabo Branco não foi feito para comportar shows, pois a acústica do local faz com que o som fique de baixa qualidade. Qualidade: Eis o adjetivo ideal para as duas bandas que ali se apresentaram. Fãs que estavam sedentos para apreciar os dois shows, tanto do lado do Shock - que mesmo sendo a banda de abertura foi muito bem recebida pelos presentes, aonde cantaram os clássicos da banda e “piraram” ao som das novas músicas e dos covers da banda britânica Judas Priest -, quanto do André Matos, aonde eram esperadas as músicas clássicas e as inéditas.


Foto: Daniel Azevedo



O show estava previsto para iniciar às 19 horas, mas devido alguns imprevistos o show atrasou, deixando alguns fãs impacientes do lado de fora (inclusive eu). Mas, temos que dar um crédito, pois a cena Rock n’ Roll da Paraíba está prestes a mudar devido a iniciativa de alguns produtores apaixonados pelo gênero musical.

Bem, por volta das 20 horas a Shock subiu ao palco tocando uma música nova, aonde pouca gente conhecia, mas que foi recebida com muita empolgação. O Repertório da banda variou entre os clássicos do disco Heavy Metal (We Salute You) de 1991, como por exemplo “You've Drunk Too Much”, a excepcional “Failure And Defeat”, a minha favorita “Created By Death”, “Long Hair”, a adorada pelos fãs “Silver Cross”.


Foto: Daniel Azevedo



Houve um momento em que o cabo do baixo arrebentou, e assim a banda começou a fazer uma interação com o público que o deixou aceso, até consertarem o problema e continuarem a destruir com todo o vapor.

O público estava em chamas quando a banda tocou as músicas “The Ripper” e a excelente “Breaking the Law” do Judas Priest, finalizando, assim a sua apresentação.


Foto: Daniel Azevedo - Edgar e Paulo Roque.



Pronto, o público já estava “aquecido” para receber a atração principal, André Matos.

Depois de alguns ajustes no palco, as luzes se apagaram, e os fãs que estavam de papo furado logo correram para o mais perto que podiam do palco. Assim, os músicos foram subindo, a galera foi à loucura, e pouco tempo depois entra André Matos, para o delírio dos fãs.


Foto: Daniel Azevedo



A banda começou com a feroz música de abertura do disco “Mentalize”, Leading On. Alguns batiam cabeça, outros pulavam, outros cantavam, alguns só assistiam atônitos a apresentação da banda, e pareciam ignorar o fato do som ser fraco.

Logo em seguida a banda soltou a “I Will Return”, dando a parecer que iriam tocar o Mentalize na íntegra, ou boa parte dele. Opinião que veio a ruir quando executaram a música “Rio”, seguida da enérgica “Mentalize”, na qual o Clube Cabo Branco em peso cantou em coro o refrão, aonde alguns, que estavam perto deste que vos escreve, pareciam que iriam se esguelar de tanto forçar a voz. E, sem contar na interação do André Matos com o público, fazendo este pular e cantar incessantemente e incansavelmente.


Foto: Daniel Azevedo



Já era hora de esfriar os ânimos. Ciente disto, a banda executou, para o delírio daqueles que acompanham a carreira do André Matos ao longo dos anos, a música “Fairy Tale”, do primeiro disco do Shaman, que foi cantada do início ao fim por quase a totalidade dos que estavam presentes no Clube Cabo Branco. Eu confesso que fiquei boquiaberto com aquela cena, pois, embora com um público considerado pequeno, o que ecoou parecia ter o dobro, quem sabe o triplo de pessoas presentes.


Foto: Daniel Azevedo



Então, toda a banda saiu do palco, deixando apenas o guitarrista Zaza para dar o seu show particular. Foram momentos de deixar alguns expectadores paralisados, hipnotizados pela técnica, harmonia e melodia que soavam de seu instrumento. Logo, Mariutti se junta para solar junto com o Zaza, fazendo as notas “passearem” pela atmosfera do Clube Cabo Branco.


Foto: Daniel Azevedo



Após dos solos eletrizantes de guitarra, a banda toca “How Long”, faixa do primeiro disco solo do André Matos, e em seguida a faixa-título do segundo disco do Shaman, “Reason”.


Foto: Daniel Azevedo



Depois da paulada da música “Reason”, era a vez do baterista mostrar a sua técnica. Meus amigos, o solo do baterista (Rodrigo) foi um momento que mesclou euforia de alguns e perplexidade de outros. O Sr. Rodrigo bate muito forte no seu instrumento, maltratando-o, para deixar o público e os vizinhos do Clube Cabo Branco surdos.

Após uma verdadeira aula de bateria, a banda retorna para tocar “The Myriad”, música do último disco de estúdio do André Matos. Logo em seguida, a banda executou a música “Prelude to Oblivion”, para logo após tocar a maravilhosa “Lisbon”, do disco Fireworks, do Angra.


Foto: Daniel Azevedo



Hora do bis. Antes da banda voltar para o palco ouvia-se alguns expectadores comentando entre si sobre quais seriam as músicas que iriam rolar naquele momento final do show. Questionamentos do tipo “Será que sai Nothing to Say?”, ou “E Carry On? Ele não vai tocar??”... Enfim, o público queria ouvir as grandes músicas do passado da carreira do André Matos. E, das três músicas finais, duas foram do Angra: a exímia “Holy Land” e a tão esperada “Carry On”, que foi recebida com euforia e cantada até o topo das vozes de cada fã ali presente.

Então, a banda chegou à última música. Neste momento os fãs já estavam se dando por satisfeito quando tocaram “Endeavour”, do primeiro disco solo do André Matos, que quando estava chegando perto do fim, o frontman fez uma promessa de retorno e um gesto de saudação, deixando o microfone com uma assistente de palco, aonde ficou apenas a banda tocando o fim da música. Alguns, eu fui um deles, ficaram se questionando “Ora, depois de um show tão foda, uma despedida tão fraca?”. Queimamos a língua, pois um a um foi deixando o seu instrumento e fazendo uma saudação ao público, até deixar o baterista tocando sozinho, que por fim fez o mesmo que os demais da banda.

Após a despedida individual, toda a banda voltou para se despedir do público e fazer aquele velho clichê do Rock: Jogar palhetas, munhequeiras, baquetas e etc...

Na minha humilde opinião, foi um show espetacular, embora o público tenha sido pequeno pelo o que representa a figura do André Matos para o Heavy Metal mundial, e pelo som de qualidade baixa.

Eu julgo o dia 29 de Maio de 2011 como um dia marcante para o Rock na Paraíba, pois um ícone do Heavy Metal mundial passou por aqui. Fato tal que poderá abrir as portas para novas bandas de maior expressão aparecerem pela cidade de João Pessoa.

Público que curte Heavy Metal na cidade de João Pessoa, e nas vizinhas, existe, embora seja uma terra aonde ritmos como forró e outros, digamos, “abrasileirados”, sejam dominantes. O que falta? Eu não sei dizer ao certo, pois diversos fatores vêm à tona, tais como dificuldades financeiras, dificuldades para se locomover de um local para outro, ou simplesmente falta de interesse de apoiar um evento desse porte. Mas, um dia, quem sabe, essas pessoas que não compareceram, possam ver a magnitude e importância que foi este evento.



Foto: Nicolle dos Anjos

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...